23 novembro 2015

10 anos sempre a descer


Dez anos sempre a descer

Este título não seria muito animador se se tratasse da descrição do estado económico de uma empresa ou o psicológico de uma pessoa, mas a história é a de um grupo de caminhadas.

Sempre a Descer.come, e este final é importante,  tem-nos levado aos cumes de montes e ao cimo de castelos, a ver cidades e museus, a subir e descer colinas ou a calcorrear a costa, faça sol  faça, por vezes, chuva. São percursos uns mais leves outros mais exigentes, mas à medida da capacidade dos caminhantes dos quais muitos  já passaram agora dos sessenta e alguns já os tinham quando há dez anos começaram. No entanto, todos sabemos que vale o esforço pois no fim somos regalados com um almoço catita num local mais ou menos patusco, não fosse o “ponto come” ou melhor, o “pronto almoço” final.

Não fui um caminhante fundador ou da primeiríssima hora, iniciei-me lá para a quarta caminhada, e nem tenho sido muito assíduo. Há épocas em que participo mais, mas noutras deixo-os caminhar enquanto fico no quentinho da casa. No entanto já palmilhei muitas léguas à custa do Sempre a Descer e com subidas de respeito, já desfrutei de muitas paisagens e descobri muitos pormenores das nossas terras que só a pé se podem observar, bem como me foi proporcionado conviver com inúmeras pessoas.

A verdade é que passados dez anos, contas feitas não por mim mas por alguém abalizado, o Sempre a Descer fez 76 caminhadas, num total de 676 quilómetros, com a participação de 3353 pares de pés, pertencentes a uns 400 donos diferentes, e muitos, muitos milhares de fotografias. Isso é, se não tivesse sido mandrião, durante o ano que passou já teria completado a andar com o Sempre a Descer o equivalente entre a minha casa em Lisboa e a Plaza Mayor em Madrid mas em suaves prestações e num período de “apenas” dez anos.    

Sei que é um pequeno grupo de carolas que organiza e inventa os percursos de que somos todos consumidores. Claro que por vezes tem falhas, como, por exemplo, porem-nos a  caminhar à chuva, mas de qualquer modo quero agradecer-vos e esperar estar com todos vocês a apagar as velas dos 20 anos nem que seja numa caminhada do Sempre a Descer o Campo Grande ou numa organizada dentro do Jardim da Estrela.

            Miguel Veiga, novembro 2015
















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